sábado, 28 de abril de 2012

É só cansaço...

Só porque na frente dos outros eu sempre pareço bem, não quer dizer que eu esteja. Só porque nunca me vêem chorar, não quer dizer que eu não chore. Só porque eu prefiro ficar trancada em casa, não quer dizer que eu não tenha pra onde ir. Só porque eu sou calada, não quer dizer que eu não tenho nada a dizer. Pelo contrario meu caro, eu fico mal sim, bem frequentemente pra dizer a verdade, eu sofro sim, eu choro sim, eu sinto sim e tenho vontade de gritar aos quatro-ventos minhas dores, meus amores. Quero colo, mas não serve qualquer um não. Quero me divertir, quero sim, mas não serve qualquer lugar não. Estou cansada de futilidades, cansada de diversão ser sinônimo de ficar bêbado, cansada de beijar sem sentir, cansada de maria-vai-com-as-outras, de tempo nublado, de cara-feia, cansada do frio, cansada de relacionamentos que duram menos que bateria de celular, de me trancar no quarto, de chorar em silêncio, cansada de tudo. É só cansaço...

terça-feira, 24 de abril de 2012

Hoje eu chorei de soluçar

Eu estou no chão, não consigo me levantar, hoje eu chorei de soluçar, chorei os fatos ocorridos e mais o que vinha guardando a semanas, ajoelhei-me no pé da cama e deixei que o rio de lágrimas jorrasse sobre a mesma, simplesmente não era possível parar, era incontrolável, por mais que eu tentasse esconder, fazer o minimo de barulho possível, não expor minha dor, todos já estavam sofrendo bastante, tentava ser forte, aguentar firme, mas desabei. Sempre tentei passar minha força para quem estava precisando, não gosto de mostrar meu lado fraco, as pessoas acabam achando que você não consegue suportar as coisas, e essa não sou eu, sempre que pude tomei a frente de tudo, não vou dizer que tive uma vida sofrida ou que me faltou alguma coisa, não, pelo contrario, sempre tive de tudo, não faltou amor, nem carinho, claro que como todo mundo houve uma coisinha ou outra, depois da separação precoce dos meus pais eles viviam me colocando um contra o outro, e depois de alguns anos passaram a não se falarem mais, eu tinha que ser a coruja mensageira, escolhi me encolher em um mundo solitário onde escondia minhas emoções, meus medos, minhas preocupações, meus segredos. Ninguém me conhecia, só mostro o que quero que as pessoas vejam, por isso esses momentos de recaída eram tão raros, talvez nem eu mesma me conheça até hoje, sou um mistério até pra mim, não me permito chorar, nem sofrer, me obrigo a ser forte, a reconfortar os outros antes de me permitir passar pela mesma dor, e não tenho certeza se vou aguentar isto por muito mais tempo.

sábado, 21 de abril de 2012

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Basta acontecer uma tragedia para que possamos rever nossos conceitos. O que eu fiz até agora, foi o suficiente? Quantos precisei magoar para que eu pudesse ser feliz? Será que o tempo que passei brigado com aquela pessoa, orgulhosa demais para pedir desculpas, foram realmente necessários? Pra que, pra mostrar que se está sempre certa e ter o gosto de ver a pessoa voltando com o-rabinho-entre-as-pernas? Deveria ter arriscado mais? Ter sido mais corajosa? Ter continuado quando tudo e todos diziam pare? Quando tudo lutava contra? As vezes que disse sim, mesmo não querendo, deveria ter dito não? Poderia ter ficado calada para que minhas palavras não machucasse alguém? Será que valeu a pena brigar e derramar lágrimas? Eu deveria ter insistido mais para que tal pessoa não se fosse? Será mesmo que mudaria alguma coisa? Pense que foram segundos gastos, sorrisos desperdiçados, abraços perdidos, minutos, horas, dias, meses ou até mesmo anos que não puderam ir para caixinha da memoria. E tudo isso por orgulho, hipocrisia, arrogância, vaidade, ... ? E então você se pergunta; o que realmente importa? Trabalhar de segunda a domingo para ter uma casa com piscina para seus filhos, pra que? Se você nunca vai aproveitar-la com eles. Ter o carro mais caro, a bolsa, o anel, o sapato que suas amigas morrem de inveja, pra que? Se sua irmã tem câncer e dinheiro nenhum pode ajudar? Precisamos disso? Que as pessoas se machuquem, que seja tarde demais, para que possamos re-pensar nas escolhas que nos fariam mais felizes? Você pode ter um carro xexelento e passar os domingos assistindo filme com seu filho, lhe garanto que ele será mais feliz e menos solitário, uma pessoa melhor do que aquele garoto que tem o vídeo-game que acabaram de lançar ou uma quadra de tênis no condomínio e só vê os pais no sábado a noite, quando consegue ficar acordado. Pai não é aquele que paga escola. Irmã não é aquela que chora quando você está no hospital. Pai é aquele que te conhece tanto que percebe quando você não está bem. Irmã é aquela que deixa de ir pra festa do ano pra cuidar de você que está doente em casa. É fácil demais voltar atrás, se arrepender quando coisas ruins acontecem.

sábado, 7 de abril de 2012

Bêbadas? Só foi um pouco de vinho.


Depois de de 5 ou 6 taças de vinho elas já estavam relutantes. Saíram para tomar um ar e fazer xixi ao relento, por ser sujo demais ou por não conseguirem encontrar as luzes do banheiro, quem saberia?
Se conheciam a pouco mais de três anos, daquele tipo de amizade que ninguém sabe exatamente como começou e nem como terminaria, mas gostavam muito uma da outra, se entendiam. Eram irmãs de alma, amores, só que não sabiam disso. Eram travessas, juntas faziam uma ótima dupla, bêbadas então eram mais que bagunceiras.
Naquela noite, haviam saído da pequena garagem - onde acontecia uma pequena festa só para amigos mais íntimos - para tomarem um ar, um pouco bêbadas um pouco lúcidas, sentaram-se no asfalto frio e admiraram as estrelas. O céu repleto de estrelas, limpo demais, nenhuma nuvem para impedir a visão, logo lembraram-se da aula de geografia que tiveram semanas atrás.
- Vai fazer frio amanhã. O céu está sem nuvem alguma. - disse a garota dos olhos de esmeraldas.
- Isso é o que ele diz, aquele professor de geografia que você tanto gosta.
- Eu não gosto dele.
- É, então como é que você fica babando a aula inteira? - insinuou a loira.
- Ei, eu não fico babando.
- Cala boca. Vem cá, quero fazer uma coisa.
A garota loira deitou-se no meio da pista. Já era tarde da noite e a rua não era daquelas movimentadas, era raro passar carros aquela hora. A garota dos olhos de esmeralda juntou-se a ela. Umas delas ordenou que fechassem os olhos, passaram minutos estáticas, só ouvindo a respiração uma da outra, e suas próprias. A loira resmungou de frio e então a garota dos olhos bonitos a abraçou. Seus olhares se encontraram e fixaram-se por dois longos segundos. Já se podia sentir o hálito quente que saía de suas bocas, chegavam cada vez mais perto uma da outra. Os lábios se tocaram com cautela, mas logo estavam em chamas. Mãos vagavam pelos cabelos, desciam a nuca e voltavam a subir. O medo e a certeza de que faziam algo errado apareceu subitamente, e subiu percorrendo toda a coluna vertebral da garota dos olhos de esmeralda, isso a fez parar de imediato. A garota loira se afastou, sacudiu a cabeça para os lados algumas vezes como se estivesse se livrando ou tentando acreditar no que tinha acontecido. Elas não ousavam se encarar. Levantaram-se rapidamente quando viram um carro se aproximar, os olhos se encontraram e um ataque de riso contaminou-as por alguns longos minutos. Concordaram então que deveriam voltar para a garagem, já fazia algum tempo que estavam fora, alguém deveria ter sentido falta.
Pela manhã, a garota cujo os olhos tinham cor de esmeralda, acordou com uma baita dor de cabeça, sentia-se tonta. Tinha buracos na memoria, mas uma vaga lembrança não lhe saía da cabeça. Haveria sido um sonho?


Gabriela S. Pinho

Bom dia senhora, em que poderia ajudar-la?


A inconveniência dos telemarketing lhe faziam pirar, ficava tonta com essa coisa de telefones, empresas que ficavam tomando horas de seu precioso tempo lhe deixando ouvir aquelas mensagens gravadas ou musiquinhas irritantes, falavam tão rápido que as vezes era preciso reouvir 30 vezes a mesma coisa, sem falar de todos os números que se apertava antes de falar com um atendente, e os dias que levavam para resolver seu problema. 
Só de ouvir aquelas vozes já tinha vontade de jogar o telefone, os atendentes, a empresa ou ela mesma pela janela. Tinha prometido a si mesma que só em ultimo caso, só se fosse o ultimo trabalho do mundo, só se passasse fome trabalharia em algo desse tipo. Ela realmente parecia pirar com esse tipo coisa, já não era sociável, sendo obrigada a falar então, virava grossa e totalmente sem paciência, se algo poderia fazer-la fechar a cara e deixar-la com raiva era ter que passar por isso.
Odiava ir a casa da mãe, que já chegara a uma certa idade, era daquelas que aceitava todas as ofertas e acabava endividada sem nem saber porque ou como parar de receber tais ligações e tais produtos que levavam a outras ligações e a outras empresas, e assim sucessivamente. A cada vez que chegava lá, tinha de duas a três coisas a resolver, cancelar a maioria deles e negociar o resto.
Telefones, telefones, telefones. Tudo dependem deles, “liga pra cancelar tal coisa”, “liga pra marcar ou remarcar o médico”, “liga pra avisar”, liga, liga, liga, liga, ….
Claro que certas vezes são bem eficazes, era a única maneira de falar com seu pai, que havia se mudado e tinha ido morar com a terceira mulher, quase 25 anos mais nova que ele, em uma pequena cidade na calmaria do interior de Belo Horizonte. Ele quase nunca dava noticias, mas parece que tinha uma casa confortável, com dois ou três cômodos, ligava uma ou duas vezes por mês só para ela, a filha mais velha de um tanto de casamentos, sempre amou todos os filhos igualmente, mas tinha uma certa afeição por ela.
Fora isso ela achava telefones completamente desnecessários, achava que deveria ter vivido nas épocas das cartas, onde receber noticias de três em três meses era um motivo de alegria. O aperto no coração de não saber se o amado chegaria da guerra vivo ou não, no dia, na semana ou no mês seguinte. O friozinho na barriga de ver-lo voltar para seus braços tristonho por ter perdido os dias de sol com as crianças ou até contentamento por ele ter chegado atrasado no natal, mas mesmo assim ele ter ido.
Hoje é quase que obrigatório receber ligações.


Gabriela S. Pinho

Sou assim,

uma hora choro de tanto rir, em outras durmo de tanto chorar. 
E assim vou indo, alguns dias as coisas até chegam melhorarem, me sinto luz, me sinto cheia, me sinto amor, me sinto vida, viva.
Portanto em outros nem tanto, acordo e só desejo que passe, que passe o dia, que passe rápido, que passe logo, que voe, que chegue a noite. 
Que acabe, que anule, que termine o dia, o mês, o ano, a vida.
Ou que volte, que volte a ser, que volte a crer em si mesma. Que vá a dor, que volte o amor. 


—  Gabriela S. Pinho

Escrever é terapia, te faz perder tempo, mas alivia um bocado.

Vivendo dentro do Caio

Repeti tantas vezes “que seja doce, que seja doce, que seja doce, ….”, mas parece que não adiantou. 


—  Gabriela S. Pinho
É porque com as pessoas tem que ser assim, no começo você tem que mentir para que elas te deem tempo de te conhecer de verdade. Parece confuso mas é assim, veja bem, se uma pessoa diz que te ama no começo da relação, ou ela já te amava antes, ou ela está mentindo, pois ela não te conhece, como pode te amar? Talvez ela queira, talvez leve tempo. Quanto tempo você esperaria que alguém sentisse algo verdadeiro por você? Quanto tempo você esperaria pra que alguém te dissesse o tão clichê “eu te amo”? 


—  Gabriela S. Pinho

“Trauma dos sobrenomes aos 7 anos de idade.”

O que um sobrenome pode causar em sua vida? Certa vez só o fato de haverem duas pessoas com o mesmo nome em uma sala de aula, causou a repercussão do sobrenome, algumas pessoas eram chamadas por tais pelo simples fato de serem “as segundas”, as que chegaram depois, então eram chamadas assim. Então lá estava eu tentando me livrar destes dois anos de humilhação, tentando me livrar do meu próprio sobrenome, nunca o utilizava completo, sempre faltando o pedaço, até porque ele sempre foi grande demais, e ainda bem que o nome não era composto. Pra você ver como aquilo me marcou, era como aqueles segredos bobos que você não se importava em contar para aqueles que perguntassem, mas do momento em que todos começavam a jogar-lo em sua cara, a coisa ficava séria. Por muito tempo me escondi dele, na verdade, até conhecer outras pessoas nas quais ele não fazia sentido algum, as vezes ainda surgia algumas piadinhas, mas nada que durasse mais de um dia, também me escondi daquelas pessoas - não, isso não verdade, acabei perdendo contato com todas elas -, mas elas foram reaparecendo pouco a pouco quando eu já era mocinha, quando vi já estavam todas em minhas páginas de redes sociais. Só vi que o buraco já se refizera, e fundo como estava, já não tinha mais como fechar, só vi o buraco que fizera quando o circulo de amigos do meu namoradinho, no qual eu não estudava naquele tempo, era o mesmo que naquela época, mas é claro que todos sabiam de quem se tratava. Certo dia fui a uma festa com o meu “novo” namoradinho, alguém tocou em meu ombro e me perguntou se eu era a tal do sobrenome, foi um garoto que me pedira em namoro na segunda serie - aquele no qual eu aceitei e terminei no dia dos namorados pois não havia lhe comprado um presente e ele acabou dando o presente a minha melhor amiga, que mais falsa não tinha, mas não vim aqui tagarelar sobre o meu dom de quebrar corações, será meu próximo texto - , o sangue esquentou e subiu dos pés a cabeça circulando na velocidade da luz umas 3 vezes, tenho certeza que fiquei vermelha na hora, só não sabia se era de vergonha ou de raiva. Hoje em dia vejo que tudo aquilo foi supérfluo, ele nem é tão feio assim, mas vai explicar isso para uma menina de 7 anos, até ando gostando dele por esses tempos, ele é neutro, o filho do meio, o desconhecido, ou o conhecido por aqueles que o proferiram, por quem abusou dele, e foi por isso que também acabei abusando. Sinto o leve desconforto de que ele reaparecerá logo, mas então não o esconderei mais. Mas agora entendo, o que é pra entender mesmo?

—  Gabriela S. Pinho

Ando precisando de você,

mesmo que eu minta, mesmo que eu me esconda. Ando precisando de você, mesmo que eu não te procure, mesmo me magoando, te magoando… Ando precisando de você, mesmo que você nem se lembre, mesmo que seja apenas por um momento. Ando precisando de você, de teus conselhos, da tua companhia, da tua cumplicidade, do teu carinho… Saudade é um sentimento completamente importuno, desnecessário. 


—  Gabriela S Pinho
A verdade é que gosto quando as pessoas rastejam aos meus pés, quando elas precisam de mim, quando me procuram, quando sei, mas não quero fazer o que elas pedem. 

— Gabriela S. Pinho
E eu que pensava que não restava mais nada de você aqui dentro, hoje vejo que estava enganada. As vezes lembro de você e sinto o coração bater desregulado, a respiração falha. Poderia ter sido diferente se eu não fosse tão baixa, se eu não tivesse conhecido-o antes, se eu não tivesse me apaixonado por ele, se é que eu sou, porque eu não sei o que é isso, desde quando amar sozinha é amar? E esta noite estou aqui pensando em você, repetindo varias e varias vezes nossa música, talvez, as vezes que disse que te amava, não tenham sido em vão, talvez eu te ame, de um jeito torto, de um jeito errado. Mas eu não quero que você saiba, você merece algo bom, alguém. E eu só poderei me livrar dele, ou melhor, do amor, ou obsessão, que sinto por ele, quando for massacrada até o fim, quando meu coração for despedaçado, destroçado, quando tiver que juntar cada pedaço, quando sofrer… e tem que ser assim, pois nunca aprenderei, e sempre haverá dúvida em meu coração se eu não tentar, se eu não enfrentar, se eu não me aventurar, nunca saberei amar por inteiro, sempre haverão “E se..” em minha cabeça, entende? Não quero te ter de volta, te adoro, te gosto, te quero bem, te desejo muitos amores correspondidos. 


—  Gabriela S. Pinho
O médico perguntou:
— O que sentes?
E eu respondi :
— É esse o problema doutor, eu não sinto, não mais . 


—  Gabriela S. Pinho
— Vou sair pra tomar um ar.
— Por que?
— Porque aqui está muito abafado.
— O ar ou a conversa?
— Os dois ! 


—  Gabriela S. Pinho

Passei horas em frente duma folha em branco,

sem saber o que escrever, como começar uma carta, como contar o que sinto, o que penso, para esclarecer assuntos pendentes que precisam serem resolvidos; nunca fui boa nisso, se as pessoas quisessem saber se eu estava triste ou feliz, preocupada, agitada, ansiosa, tinham literalmente que adivinhar, sou um poço, que por mais que as pessoas o vejam transbordar, ele seca rápido, ele é vazio. As pessoas tanto podem me ver esbanjando sorrisos, como quieta num canto, com o pensamento longe. Guardei muita coisa, não chorei o quanto deveria ter chorado, detestei abraços sufocantes, beijos exagerados, carinho demais me deixavam tonta, e ainda deixam; não me pergunte por que, só sei que sou assim desde que me lembro, por isso nunca fui de dar afeto. Sou educada, sorrio, mas não sei elogiar pessoas, chamar-las de linda, flor, querida, anjo, … por isso me dou bem com crianças, não é preciso agradar-las com elogios, nem fazer cena.
As vezes me culpo, já disse “eu te amo” e “vai ser pra sempre” sabendo que não amava e já pensando em acabar na semana seguinte, já disse não para pessoas que disseram-me inúmeras vezes sim, fiz coisas por mal gosto e já desejei mal a alguém próximo, xinguei pessoas via telepatia. Já calei por medo de ouvir uma resposta, deixei de perguntar também por medo, já calei quando deveria ter dado uma boa resposta, formulei milhares de respostas que poderiam ter evitado aquela briga, já pensei tanto em uma resposta e na hora não fui capaz de usar-la.
Já menti, omiti, rementi. Chorei pelo garoto errado e deixei de chorar pelo certo. Já quis me matar por minha vida ser uma merda, já quis me matar por pura curiosidade, para ver o que há após a morte. Já duvidei que Deus existe, e tentei me livrar dessa dúvida por medo, também já tentei me livrar de outros pensamentos por medo. Já tive inveja de alguém e desejei ser ela. Já me questionei sobre a fome na Africa e pessoas que ganham milhões. Já tive preguiça de levantar da cama e enfrentar mais um longo dia.
E o engraçado é que todas essas coisas estão no passado quando fazem parte do presente. 


—  Gabriela S. Pinho

Hoje acordei diferente,

com a garganta seca e mal conseguindo respirar direito, bebi uma garrafa d’água quase inteira, mal conseguia engolir a própria saliva. Mas não foi o começo de uma possível gripe o que me fez acordar diferente. Hoje acordei pensando em você, lembrando de como deveria estar feliz, pois não é todo dia que se comemora um ano de namoro com a garota que se escolheu. Sabes bem que eu gostaria de ser essa garota, mas você nunca me deu essa chance, deverias saber que eu faria tudo por ti, mas você não me deixou tentar. Hoje eu acordei diferente porque entendi que não preciso mais te ter, não preciso de ti ao meu lado para que eu possa ser feliz, me contento com sua felicidade e também acabo bem, entendi que hoje posso seguir em frente, posso me encantar com novos olhares, sem querer encontrar-te, posso provar de outros toques, sem querer sentir-te, posso criar novas histórias, sem querer saber como seria a nossa. Eu vou além disso tudo, eu vou parar de viver por algo que não existe, não serás mais aquele que vem em minha cabeça quando um romance me fizer chorar, não haverão mais diálogos teus em minha mente, não te procurarei em outro alguém, não mais. Preciso de outra história, algo que saia do meu peito. Mas se quiser vir, venha logo, não esperarei por mais muito tempo. 


—  Gabriela S. Pinho

Dizem que há sempre uma saída,

uma luz que vai te tirar da escuridão. Bom… isso não acontece quando se tapa todas as frechas, e então você não voltará a se sentir revigorado. 


—   Gabriela S. Pinho

Dizem que tudo terminará bem,

e que se não está, é porque ainda não chegou o fim. Eu não acredito nisso, sinceramente, acho que pessoas podem se sentir tristes a vida toda. Claro, haverá sempre aqueles momentos onde sentimos o coração pular pela boca, as borboletas no estomago ou quando esquecemos de respirar. Mas são apenas momentos, e eles passam. Certa vez ouvi dizer que a cada mil minutos que vivemos, apenas 5 se resumem a boas lembranças, e o resto é dia-a-dia; pra dizer a verdade não me lembro ao certo quem escreveu isso, mas foi realmente sábio. Lembro-me de ter vivido momentos onde realmente fui feliz, feliz mesmo. Mas não lembro-me exatamente de como as coisas vieram a ocorrer ou se desenvolveram, tenho memórias vagas, lembranças borradas, buracos onde parte dessas lembranças se esvaem. Quando acesso minhas caixinha de memórias lembro de tudo mas é superficial, tenho apenas “reflexos”, o resto sempre cabe a mim imaginar. Desculpem-me o pensamento pessimista, mas como podemos achar que tudo vai terminar perfeitamente bem? O ser humano por mais desenvolvido que seja, é um ser fraco, fatalidades ou até mesmo coisas mais irrelevantes podem separar duas pessoas. Você passa a vida toda esperando que dê certo com tal pessoa e pode perder-la do dia pra noite por uma doença terminal. Ou então, você cria sua filha com tanto amor e sacrifícios pra certo dia ela atravessar a rua e um filho da puta bêbado atropelar-la. Fora as pessoas que vivem no vazio, quero dizer, aquelas que passam a vida sonhando e não conseguem,aquelas que passam a vida amando e não são correspondidas, aquelas que foram amadas e não correspondiam, aquelas que amaram, foram correspondidas mas no final algo deu errado ou aquelas que guardam dores, sentimentos, palavras, se mostram felizes mas passam o dia trancadas no quarto. Aquela tipica frase tão clichê que usamos quando chegam os fins; Felizes para sempre, apenas não existe. 


—  Gabriela S. Pinho

Histórias de outras vidas.

Não tenho dinheiro, e nem bens. Sou totalmente dependente do meu tio bizarro e lunático. Ainda não posso pedir-lhe em casamento, mas tens que saber como me sinto, sou seu. Oh Deus, sou seu. Sou seu, corpo e alma. 


—  Gabriela S. Pinho
Bom é querer olhar nos olhos, mas desviar o olhar 
quando percebe-se que seus olhos se refletiram nos dele. 
E ver-se corar com o sorriso tímido do parceiro em questão. 




—  Gabriela S. Pinho

Ele sempre foi assim,

desde garotinho se contentava com tão pouco, sempre teve e aceitou tudo de mão beijada. Quando lhe fechavam uma porta, ele nunca tentara abrir uma janela. E cresceu assim, um ser inanimado, sem escrúpulos e sem carácter. Colocava sentimentos onde não se tinha e onde ele mesmo não acreditava que se poderia ter, pobre garotinho ingenuo.. achava que conhecia a vida e quando menos esperava, ela lhe dava outra rasteira. E não o culpo; talvez, talvez no fundo metade da culpa seja realmente dele, por não tentar mudar, por não desejar, por não almejar. Por outro lado, como poderia ele aprender sem ser ensinado, dar carinho sem ter recebido, falar a verdade quando só ouviu mentiras? 


—  Gabriela S. Pinho
A vontade que tenho de me jogar neste imenso buraco que criei não me deixará livre de pensamentos vagos e superficiais em relação a você. 


—  Gabriela S. Pinho

Essencial é ter um começo, o resto agente constrói.

Quando nos importamos,

não podemos ir embora, não podemos simplesmente esquecer e continuar, não podemos deixar de olhar para trás e ver tudo o que passou. Não se pode apenas deixar o passado de lado e seguir em frente quando ainda nos resta algo aqui dentro. Aparentemente tudo sempre está bem, aparentemente, superamos tudo da melhor maneira possível. Mas nem sempre é assim que funciona não é? Nem sempre conseguimos ter aquele sorriso no canto dos lábios, nem sempre nossos olhos podem iluminar-sem, nem sempre as pessoas percebem isso. Na maioria das vezes meu silêncio é um grito, abafado, que aperta o peito, que sufoca, que nos afoga em lembranças. Esquecer é algo mais complexo do que poderíamos imaginar, porque por mais que você queira, por mais que você tente esquecer, as lembranças sempre estarão lá, sempre voltarão, porque você viveu isso, porque isso aconteceu na sua vida. Você tenta continuar, tenta dar dois passos a frente, e acaba voltando sete. Porque por mais que acabe, aquilo te pertenceu um dia, ou melhor, você pertenceu aquela historia um dia. Você não vai passar ileso por tudo isso, dói, machuca. E ainda que almejemos simplicidade, nada é simples. 


—  Gabriela S. Pinho
- Ô zé, é tão bom achar um amor !
- O bom é achar mas também ser achado por ele. 


—  Gabriela S. Pinho

É péssimo

ouvir aquela música que te faça chorar quando não se tem motivos. Quero dizer, não tem motivos pra nada. Quando você se pergunta o que significou a sua vida toda. A quanto tempo não se sente feliz, ou até a quem você trouxe felicidade. A quanto tempo não acha que está respirando mais ar do que precisa, e sente o coração tão cheio que parece que vai sair pela boca. O que fez de importante, o que não fez. Se fez tudo o que pôde, tudo que teve coragem de fazer e não foi dormir com vontade. Foi o bastante, pra quem? 


—  Gabriela S. Pinho

Ando tão dependente de casa,

da minha casa mais precisamente. Imploro que os fins de semana cheguem para que por algum milagre alguém resolva me tirar dela. Mas nunca acontece. E quando acontece, eu acabo desistindo ou remarcando. Todos os dias assim que ponho o pé fora de casa, só espero que o tempo passe voando para que eu possa voltar a me encolher debaixo do cobertor e ouvir uma música, talvez ler um pouco antes de dormir para que comece tudo outra vez. E é sempre assim tentando não pensar, nem sentir para que as coisas não piorem. 


—  Gabriela S. Pinho

Não gosto que as pessoas saibam minhas dores,

meus medos, minhas cicatrizes ou da minha solidão. Prefiro deixar-las assim bem guardadinhas para que não possam ver-las. Gosto que pensem que sou essa pessoa forte, feliz e bem resolvida que aparento ser. Que pensem que tenho uma família e uma vida perfeita. E prefiro que não descubram que passo dias inteiros enterrada no meu quarto. Mas as vezes é impossível não transbordar a tristeza que sinto. 


—   Gabriela S. Pinho

Sempre fui uma pessoa solitária,

a verdade é que mesmo quando tinha alguém, preferia estar sozinha. Porque nem a capacidade de dividir isso com alguém eu não tenho. Aprendi a me amar antes de pensar em amar os outros. E de vez em quando sou chamada de fria. Talvez eu seja. Escondo o que sinto, sofro calada, digo estou bem só para ter o que falar, não sou uma mascara, transmito a imagem de quem queria ser, forte, feliz, e amada. Me pergunto todos os dias como eu cheguei aqui. Enquanto isto você pode pensar varias coisas sobre mim, tentar me entender e dizer quem eu sou, não de decepcione se não encontrar uma resposta, está é uma questão que nem eu mesmo sei ainda dizer, sou muitas coisas, as vezes eu, outras um espelho.


—  Gabriela S. Pinho

Talvez tudo se resuma a isso mesmo. Eu te amando no singular.