sábado, 21 de julho de 2012

As vezes me pergunto, onde foi que eu me perdi. Em que ano, dia, hora ou momento. Eu não saberia dizer, mas parece impossível achar o caminho de volta, ou de ida. Onde será que perdi a alegria de um sorriso? Quando virei uma menina arrogante, irônica, presa dentro da própria cabeça? E parece que quanto mais você se perde mais as pessoas querem pisar na sua cabeça, te furando com lanças de aço dizendo como você deve ou deveria ser e fazer. Sinceramente sempre guardei tudo, engolia a dor pra dentro mas não deixava ninguém ver, foi sempre assim, eu não saberia explicar, talvez nunca me achei, talvez agora o buraco esteja fundo demais, escuro demais, só consigo tatear a vida como quem procura uma saída, quando na verdade deveria procurar uma entrada. Minha mãe sempre dizia “Não gosto de menina que chora sem motivo, vai apanhar pra chorar com motivo.”, ela tem razão, e estar perdido não é razão concreta, é historia pra boi dormir, é dor interna, e as pessoas são muito “Eu só acredito vendo.”.
É triste ver que dia pós dia você fica presa em casa e não faz nada para que isso mude. Quando sua tia, sua avó, periquito e papagaio estão tentando de todo jeito te colocarem pra fora de casa mas você não tem vontade, nem forças pra tentar, e ninguém percebe que não é culpa sua, que da missa eles não sabem nem o terço, que você pode parecer intacta por fora mas que por dentro está quebrando pouco a pouco em pedaços. Que seu sorriso é irônico, que seu olhar é arrogante, que você fica calada pra não ser grossa, mas a noite seu travesseiro vira um mar de lágrimas, lágrimas silenciosas que você guarda bem longe dos ouvidos alheios.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Sossego

Pensar em nada. É nisto que venho me empenhando dia pós dia, mas de repente me pego pensando em um monte de coisas ao mesmo tempo. Por que a gente não consegue ficar quietinha num canto por algumas horas, alguns dias? Sem que ninguém nos incomode, sem que ninguém nos importune. Olhar pela janela, fixar o nada, e não ter nada pra fazer a não ser sentir nada, pensar em nada, nada. Parar o tempo por alguns anos, pra que se possa descansar, a mente, o coração e a alma, pra se livrar dos pesos e das bagagens, mas é isso que se faz quando se morre, e por acaso respirar é estar vivo?

domingo, 15 de julho de 2012

Eu só queria ser o motivo de seu melhor sorriso.

domingo, 24 de junho de 2012

Sobre escolhas.

As vezes penso que devo sim me jogar em uma aventura, tentar, ousar, pular de cabeça. Em outras, sei que não sou esse tipo de pessoa, penso nas mil e uma consequências que podem atingir a mim e aos mais próximos, não me pergunte se já consegui muitas coisas pensando demais, pode ser até que tenha conseguido algumas, mas a maioria saiu de um jeito errado de qualquer forma, como se fosse possível tudo dar certo né? Essa coisa de querer controlar o que vai acontecer me faz perder toda a diversão, tudo bem, eu nem sou tão animada assim. As vezes é difícil perceber que você perdeu um monte de coisas por fazer escolhas, não erradas, mas que não te levaram onde você queria, talvez onde você deveria estar, mas longe do que queria. Nunca me arrependi inteiramente de algo que fiz, mas sim, parte de mim já desejou que tivesse sido diferente. 

Psiu você

O tempo começou a melhorar por aqui, e meu humor veio junto com ele. O que era cinza pouco a pouco é transformado em azul e a folhas caídas renovam-se. E com estas renovações gostaria que meus amores se renovassem também, mas parece que não adianta. Disseram-me "concentre-se no que está fazendo agora, e foque nisso, o resto o tempo leva" mas não está levando, ando me prendendo em casa dia-pós-dia, faça sol ou faça chuva. Hoje mais que nunca, não sei o que quero, o que sinto. As coisas andam meio confusas por aqui. Tanto aconteceu, e ao mesmo tempo nada. Nada de novo pra adoçar a vida, nada de novo para se pensar. Só o passado que resolveu se hospedar em mim.
A dias você não me sai da cabeça, então eu fico tentando imaginar se você ainda pensa em mim ou se esqueceu, porque eu estou confusa e ando pensando tanto em você. Tento me conter, repetindo a mim mesma que não posso atrapalhar sua vida, e nem vou. Mas fica difícil parar de pensar quando você anda invadindo meus sonhos quase todos os dias. 
Por que faço isso comigo? Fico me torturando pelo passado, pelo que está perdido, pelo que deixei escapar, pelas promessas que não cumpri? Por que você tem que voltar assim, do nada, entrar na minha cabeça e fazer esse estrago enorme sem ao menos estar presente? Quando me dei conta eu já estava ouvindo todas as música que você gosta, revirando seu repertorio de artistas, procurando os livros que você já leu, para te conhecer melhor, tentando sempre estar próxima mesmo que longe. E eu fico tentando entender se estou me apaixonando por você ou se é só meu estado de carência dando efeitos colaterais. Prefiro pensar na segunda opção para que meu coração não morra de desgosto de mim porque eu tenho medo de ter encontrado a pessoa certa e ter deixado-a escapar. Sempre achamos que deveríamos querer outra coisa e quando vê já é tarde demais, ele já te superou. 
Ou talvez não era esse tempo, nem essa vida. Por enquanto continuarei aqui engolindo a seco a vontade que estou de você, sem cruzar seu caminho.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

As coisas pararam de acontecer, então me fechei pro mundo, pra vida. Por mais que a vontade prevaleça, já não é de mim ceder a vontades, a carne faz o que quer e a alma já nem tem forças para comandar, ela obedece calada, cansada. A verdade é que sempre me senti assim, mas a coisa nunca foi tão forte. Me diziam coisas do tipo : "acredita, foco, um dia passa, não é nada...", mas nunca passou, não completamente pelo menos, o coração apertando o peito sempre foi o mesmo, a falta de ar sempre foi significativa, e acredito que venha piorando nesse caso, mas hoje nem se preocupam mais com as mentiras que venho contando diariamente, nem sei se meus olhos ainda sabem contar a verdade, talvez de tanto encenar uma mentira a alma tenha se convencido de que é isso mesmo a vida. Que os raros momentos em que não sentiu o aperto no peito eram para ser bem guardados, mas as vezes nem foi dado o valor necessário e esquecidos. As vezes repito pra mim mil vezes "eu tenho tudo", mas a verdade é que eu não tenho nada. E nunca ouvi ninguém dizer ter coisas desse tipo, acho que não tem cura, nenhum irmão, nenhum amigo, nenhum amor tem esse poder, acho que venho carregando tristeza de outras vidas, de outros eu. Agora é esperar o fim dos longos e solitários dias, acho até que é melhor mesmo que eles sejam solitários, assim não tem a possibilidade de um contagio, um contagio de desespero interno, e esperar... esperar por uma eternidade de paz na alma.